Esquecer que sou mãe.

Há momentos, rarissímos, em que me esqueço que sou mãe.
Ontem, com o copo de sangria na mão, os meus amigos, bailarico na Bica e uma mini-saia orgulhosamente vestida, esqueci-me que era mãe.
Nesses centésimos de segundo sinto uma descontração que deixou de existir no dia 25 de Abril de 2002.
Ser mãe é um estado de espírito permanente. É um aperto no coração, uma atenção constante. É o preço dos melhores momentos da minha vida, deste amor que não cabe no peito e chega a ser doloroso.
Há momentos, rarissímos, em que me esqueço que sou mãe. Há instantes em que volto a ser apenas adolescente-mulher… Rir, apanhar uma bebedeira ou dançar até doerem os pés.
Ontem tive consciência de que, por momentos, tinha voltado a… deixar de sentir.
Desde que sou mãe que nunca mais voltei a questior o sentido da vida (e eu sou uma existencialista sem cura). Nunca acordei sem vontade de me levantar. Nunca desisti apesar dos problemas que a vida me pôs pela frente.
O meu filho é o meu maior orgulho e a minha maior alegria.
Mas há momentos em que sinto saudades de leveza que, felizmente, deixei de sentir.
Por isso gosto desses momentos, rarissímos, em que me esqueço que sou mãe.

3 comentários em “Esquecer que sou mãe.”

  1. Sabes que tenho momentos que tenho tanto mas tanto medo de os perder, que me apetece adormecer e deixar de o sentir… Eles são o meu maior amor, mas a dor no peito é por vezes tão mas tão grande que assusta, bloqueia, invade…

    Um beijo

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