dizem que descarregamos sempre nas pessoas que mais gostamos. e eu sempre disse que isso era a maior estupidez do mundo. mas que sentido faz maltratar quem nos atura? e todas as minhas teorias sobre o quanto devemos investir nas relações e depois outras tantas teorias sobre o trabalho que dá investir nas relações. é tão irritante ter teorias e certezas absolutas sobre quase tudo. e depois sinto a mão que deixou de ser pequenina no dia em que o irmão nasceu, na minha perna e a pergunta repetida “estás bem, mãe?”. e depois o soviético pequenino diz-me “gosto de ti, mãe”, frase rara e apenas usada em situações em que o meu feitio consegue ser pior do que o dele. e depois percebo a besta que fui em cada frase que disse à minha mãe. e depois penso que todas as teorias e certezas absolutas sobre isso das “desculpas evitam-se” são exactamente como todas as minhas outras teorias e certezas absolutas, são uma merda. e por muitas saudades que tenha das barbas da minha vida, daquele poço de mau feitio, das maiores trombas do universo, por muito que goste que me chamem a “Beato” porque tu eras o “Beato”, há dias em que detesto ser parecida contigo.
Pois, é mesmo assim. As pessoas a quem mais amamos, são também aquelas a quem mais magoamos…e vice-versa.
É a história dos ombros, que digo aqui: http://daspalavras.blogs.sapo.pt/ombro-amigo-ombro-mordido-64844
🙂 É isso!
É uma carga genticamente herditária! 😉