Paulo Gonçalves, piloto português a competir no Dakar, é um herói. O próprio negou o título: “Fiz aquilo que me competia. Ao contrário acredito que fizessem o mesmo por mim”. O Dakar é uma aventura de muito risco, de muito sacrifício, damos tudo por tudo ao longo de vários dias, milhares de quilómetros, e o risco está sempre à espreita. Não sou um herói, sou um ser humano com respeito pelos outros”, explicou na sua página de Facebook.
Fui procurar a definição de herói – indivíduo que se destaca por um ato de extraordinária coragem, valentia, força de caráter, ou outra qualidade considerada notável. E reafirmo: Paulo Gonçalves é um herói e um exemplo da forma como deveríamos agir nos desportos de competição, bem como nos lugares onde trabalhamos (diria mesmo, como em tudo na vida).
Tenho recebido no desporto grandes lições de humildade e espírito de esquipa, mas também tenho assistido a exemplos de egoísmo e “pseudo superioridade”. Numa das últimas corridas em que participei, uma prova totalmente amadora e sem prémios monetários (ainda que isso não justificasse nada), as pessoas empurravam-se e insultavam quem corria mais devagar. Por outro lado, nas aulas de crossfit, que faço quase todos os dias, quem acaba cada desafio vai ajudar quem ainda não terminou, incentiva e apoia. Na verdade, o desporto e os locais de trabalho são iguais.
Há competição em todos os empregos, mais ou menos evidente, com mais ou menos impacto nos nossos resultados e avaliação. Até quem trabalha por conta própria e em casa está a competir com as pessoas que, nas mesmas condições, têm funções idênticas.
Durante a nossa prova de longo curso, a nossa maratona do primeiro emprego à reforma, devemos estar atentos a quem nos rodeia. Assim como Paulo Gonçalves, a conduzir para atingir o primeiro lugar, não deixou de estar atento e reparar que o piloto austríaco, Mathias Walkner, tinha sofrido uma queda. Depois, apesar de a nossa meta ser ganhar, de sermos os melhores, atingirmos os objetivos a que nos propomos, temos que ser capazes de parar para ajudar, apoiar e incentivar. Mesmo que ninguém esteja a ver, mesmo que sejamos “heróis” apenas para nós. Ser “herói” é ter força de caráter. E, se todos tivéssemos um bocadinho mais disso, o mundo em geral, e o mundo profissional em particular, seria muito melhor.
Parabéns pelo seu texto, pelo seu testemunho, pelas suas palavras!
é de louvar a atitude deste nosso herói, pela valentia e ato de superioridade que o caracterizou neste momento de ajuda a outro.
É por estas atitudes que devemos olhar para nós mesmos e dizer que não nos medimos aos palmos, mas sim por atitudes!