para a minha mãe, tua avó.

Leio todas as noites antes do G. adormecer. A minha leu-me todas as noites até ao dia em que sai de casa. Tinha 19 anos. Quando regressei, grávida, a casa dos meus pais – que passara a ser a casa só da minha mãe – pedi, muitas noites, à minha mãe que me lesse. A voz da minha mãe tranquiliza-me e adormece-me. O G. era recém nascido e eu adormecia a ouvi-la conversar com ele.

– Mãe, eu gosto tanto que me leias. A tua voz é maravilhosa.
[oh exagerado romântico…]
– Obrigada filho. A mãe também gosta muito quando a avó lê para ela.
– Pois… a voz da avó é ainda mais bonita. Não te importas, mãe?
Sorri.
– Claro que não. Acho que tens razão.
– Gosto tanto da voz da avó a ler.
– Também eu, filho.

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