Férias [1]

Brincamos aos mimos, dois dias seguidos. Adormecemos de mão dada e dormimos doze horas. Acordo com a descrição dos teus sonhos. Sabe bem não ter pressa. Tem o sabor doce dos figos que compro na rua. Por dois euros levo o resto da caixa. Passeio na minha cidade. Gosto do cheiro das drogarias e espreito para dentro da retrosaria: fascinam-me as caixas de botões. Há palavras que a escrita inteligente do meu telemóvel não reconhece. Compro massa de arroz com vegetais no restaurante dos pais da Lúcia-prima-da-ex-futura-namorada-do-meu-filho. Sabe bem não ter pressa. Tem o som calmo do silêncio da minha casa vazia. Posso comer deitada no sofá e ver televisão. Posso adormecer com a luz da minha rua. Quando acordar, vou esperguiçar-me com o prazer de quem não tem pressa. Vou busca-lo à escola e ouvir todas as histórias. Vamos brincar ao mimo. Sem pressa.

Na quarta-feira, vamos rebolar na relva e mergulhar na piscina.
O meu amor por ti, meu filho, merece não ter pressa.
E é tudo tão mais fácil quando te posso dar o meu sorriso.

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