Eu não quero trabalhar das 9h às 18h. A certeza tornou-se maior desde que tive o meu filho pequeno e passamos a ser três com diferentes horários e exigências. Existe nesta mancha horária a conjugação de dois dramas: a pressa da manhã e a pressa do final de dia.
O ideal seria que tudo se fizesse com calma mas, à falta da perfeição, os horários de trabalhos podiam, pelo menos, acabar com uma das pressas e facilitar este desafio de conjugar trabalho, família e tempo para seja o que for.
Um amiga que trabalha numa empresa espanhola, quando regressou ao trabalho depois do nascimento do primeiro filho, optou por trabalhar das 7h às 14h em jornada contínua. Também conheço quem tenha negociado trabalhar entre as 13h e as 20h, sendo que neste caso a hora de saída era sempre uma incógnita. Ganhavam-se as manhãs, vividas com tempo.
Aquilo que eu gostava, mesmo, era continuar a trabalhar em casa até o meu filho pequeno ter três anos e o mais velho ser mais independente em termos de deslocações. Mas o trabalho a tempo parcial, que esta semana voltou a ser discutido, seria outra hipótese.
Para além das evidentes vantagens de gestão de tempo e melhorias brutais na qualidade de vida das famílias, acredito que outros horários de trabalho, nomeadamente a tempo parcial, poderiam criar novas oportunidades de trabalho. É nessa flexibilidade, talvez a única, em que acredito.
O país precisa que nasçam crianças e precisa, ainda que achemos um pormenor idílico, de pessoas satisfeitas, de famílias felizes. E, estará algures provado cientificamente, há poucas coisas tão destrutivas como a pressa e o stress. A quantidade de problemas que a falta de tempo para assistência aos filhos trouxe é conhecida. A solução não será voltar a pôr as mulheres em casa mas passa, com certeza, por permitir que um dos elementos da família passe mais tempo em casa.
Não fosse estar associado ao flagelo do desemprego, reconheceríamos, daqui as uns anos, os benefícios das mães e pais que, infelizmente pelos piores motivos, ficaram em casa com os filhos.
Agora é preciso que existam oportunidades de trabalho para essas pessoas sem que todas tenhamos que largar os miúdos na escola cheios de sono e traze-los de volta quase à hora de deitar.
Eu acredito. Com jeito acabávamos com a pressa e até com as horas de ponta no trânsito.

Eu era tão mais feliz se conseguisse sair do trabalho umas duas ou três horas mais cedo!!! E os meus rapazes iam andar muito mais felizes também!
Tal e qual o que eu sinto, das vezes que estive empregada sempre achei que não valia a pena o esforço não só por não conseguir habituar-me a rotinas, á falta de tempo com elas, e os ordenados que sempre foram baixos de tal maneira que trazia para casa pouco mais de 200€, o último trabalho que tive após uma formação de técnica educativa consegui por mérito meu entrar para uma escola pública que tinha aberto as portas á 2 meses, fiquei tão feliz, apesar de ser aqui perto de casa tinha que as levar para a casa da minha mãe, mas a função que me colocaram a fazer e as colegas que se impunham fazendo um mau ambiente fez-me só aguentar 1 mês e saí de lá julgada " tu não precisas de trabalhar…"
Sei que a idade começa a não ajudar e os tempos que vivemos não estão nada fáceis mas ainda não perdi a esperança de um dia ter o meu lugar ao sol, mas agora com elas mais autónomas mas a sentir que necessitam mais de mim, quando pequenas era um cuidar ativo de atenção agora é um cuidar intelecto e mais desgastante, elas ainda dependem muito de mim….e eu delas 😀
Acho que esse "pormenor idílico" faria toda a diferença nas nossas vidas e consequentemente no nosso país!
Gosto muito de passar por aqui! 🙂
Ana Horta
Fiquei desempregada quando estava grávida e acabou por ser o mote para ficar com princesa nestes primeiros meses. Sinto falta de um emprego, principalmente porque sempre fui ativa e nunca tinha estado desempregada, mas por outro lado sinto-me uma sortuda por poder acompanha o seu crescimento todos os dias sem ter de a entregar numa creche. Tenho conseguido conciliar alguns projectos esporádicos ( sou arquiteta) com a maternidade, às vezes não é fácil mas seria sem dúvida pior se tivesse o meu antigo horário de emprego das 9h às 18h. Em Setembro quando ela entrar para a creche, penso arranjar um part-time ou se conseguir arrecadar mais uns projetos, continuar a trabalhar a partir de casa. Precisávamos de leis laborais mais flexíveis, sem dúvida alguma!
xoxo
cindy
penso que, como mães, não devemos desistir desse sonho. Faria de facto a diferença na qualidade de vida das famílias
Olá Catarina, tal como a Catarina também sou mãe de dois rapazes um de quase quatro anos e outro de 14 meses, que ainda mama. Adorava estar em casa a cuidar dos meus filhos a tempo inteiro, adorava mesmo, apesar de apreciar muito a minha independência financeira. Não me é possível ficar em casa, tenho que trabalhar, não pode ser só o meu marido a trabalhar, que me ajuda imenso e é um Pai e Marido Fabuloso. A única coisa que fiz foi prolongar ao máximo a licença e desde que nasceu o mais velho ter contratado uma empregada a tempo inteiro, que permite tê-los em casa até aos 3/4 anos. Era ideal ficar com eles e dar-lhes todo o apoio, todos os dias trabalhamos para isso, para termos mais tempo e mais liberdade, mas antes dessa segurança não arriscamos, porque o Amor e Mimos não lhe faltam, mas também há outras coisas que não podem nem queremos que lhes faltem, como a oportunidade de escolherem o melhor futuro, tal como a nós que nunca nenhuma hipótese nos foi recusada. Não temos rendas, nem dívidas a ninguém, muito menos a bancos. Temos Pais que, Graças a Deus, vivem acima da média, mas nós preocupamos-nos em construir e podermos ser mais tarde o que os nossos Pais foram para nós, não menosprezando o factor dinheiro mas valorizando acima de tudo os valores que nos foram transmitidos, nomeadamente o sentido de responsabilidade. Mesmo assim, é com alguma mágoa que venho trabalhar todos os dias e os deixo em casa, sempre com a esperança que mais cedo ou mais tarde irei conseguir ter outra liberdade de horários. Agradeço muito à minha Mãe por ter abdicado de tudo isso para se dedicar completamente à nossa educação e ao meu Pai por ter sempre proporcionado tudo, sem pensarmos que seria melhor a Mãe trabalhar, eram outros tempos, outras vidas, outras perspectivas que hoje, infelizmente, não existem. Desejo que a Catarina, um dia mais tarde, seja recompensada por esta opção que tomou, e que os seus filhos reconheçam mais valias de terem tido a mãe por perto. Eu não tenho essa coragem, porque enquanto for possível, não quero depender de ninguém, o dia de amanhã ninguém o conhece. Felicidades
Rita, eu trabalho em casa. Mas nao é suficiente… Vamos ver dia a dia quanto tempo aguento esta situação porque depender da minha mae nao é mau mas nao é bom 🙂
Eu trabalho até às 19h é horrivel!
http://ourchoices4u.blogspot.pt/
Concordo em absoluto. Eu sempre tive a ideia de abrandar quando fosse mãe mas a realidade é que grande parte das empresas têm uma verdadeira aversão a empregos em part-time, ainda que muitas vezes tenham funções (em especial nos dias de hoje) que não justificam uma pessoa a tempo inteiro.
Apesar de estar ciente que esta opção não poder ser tomada por muita gente (que o que ganha a full-time mal dá para as despesas) sinto que seria benéfico para a harmonia familiar e o melhor para a minha filha. Sem esta opção acho que um segundo filho está completamente fora de questão. Custa-me muito ouvir comentários a depreciar uma mãe a tempo inteiro ou simplesmente uma mãe que decida ter tempo para o seu filho em detrimento do trabalho porque uma mulher para ser realizada tem de supostamente fazer carreira fora, há melhor carreira que formar bem um ser-humano? Mas hoje em dia parece que este preconceito é a norma.
Olá! Tenho um rapaZ de 2 anos e outro rapaz que nasce daqui a 2 meses. No meu caso, a ambição era poder trabalhar das 9 – 18h, durante os dias da semana e ter os fds livres. As mamãs que têm este horário não sabem a sorte que têm… Neste momento tou de baixa mas no meu horário anterior só tinha um fds livre de 3 em 3 semanas, duas semanas trabalhava das 16-24h ou das 17-24h, e no total so tinha 3 manhãs em cada ciclo de 3 semanas. Isso sim é horrível sempre preocupada com quem ia deixar o puto, estar sempre a alterar a rotina diária… E com o cansaço que tinha de trabalhar muitas horas acabava por levá-lo à escola de manhã ou entrava em colapso. Tenho planos para mudar de vida e não voltar a estes horários. Mas basicamente só queria dizer isto…. Há horários muitos piores e há quem ambicione o horário dito normal das 9-18h, se não tiver outra alternativa melhor, é claro.
Olá! Tenho um rapaZ de 2 anos e outro rapaz que nasce daqui a 2 meses. No meu caso, a ambição era poder trabalhar das 9 – 18h, durante os dias da semana e ter os fds livres. As mamãs que têm este horário não sabem a sorte que têm… Neste momento tou de baixa mas no meu horário anterior só tinha um fds livre de 3 em 3 semanas, duas semanas trabalhava das 16-24h ou das 17-24h, e no total so tinha 3 manhãs em cada ciclo de 3 semanas. Isso sim é horrível sempre preocupada com quem ia deixar o puto, estar sempre a alterar a rotina diária… E com o cansaço que tinha de trabalhar muitas horas acabava por levá-lo à escola de manhã ou entrava em colapso. Tenho planos para mudar de vida e não voltar a estes horários. Mas basicamente só queria dizer isto…. Há horários muitos piores e há quem ambicione o horário dito normal das 9-18h, se não tiver outra alternativa melhor, é claro.
Olá! Tenho um rapaZ de 2 anos e outro rapaz que nasce daqui a 2 meses. No meu caso, a ambição era poder trabalhar das 9 – 18h, durante os dias da semana e ter os fds livres. As mamãs que têm este horário não sabem a sorte que têm… Neste momento tou de baixa mas no meu horário anterior só tinha um fds livre de 3 em 3 semanas, duas semanas trabalhava das 16-24h ou das 17-24h, e no total so tinha 3 manhãs em cada ciclo de 3 semanas. Isso sim é horrível sempre preocupada com quem ia deixar o puto, estar sempre a alterar a rotina diária… E com o cansaço que tinha de trabalhar muitas horas acabava por levá-lo à escola de manhã ou entrava em colapso. Tenho planos para mudar de vida e não voltar a estes horários. Mas basicamente só queria dizer isto…. Há horários muitos piores e há quem ambicione o horário dito normal das 9-18h, se não tiver outra alternativa melhor, é claro.