coronavirus

Sem medo mas com (muita) precaução. Falamos de coronavírus

Escrevi e apaguei mil vezes. Queria escrever sobre este momento tão estranho em que vivemos mas acho sempre que me faltam as palavras. São tempos sem medo mas com (muita) precaução perante este coronavírus. Mas ainda que a teoria seja fácil a prática tem o coração no meu filho Gonçalo que está a milhares de quilómetros de mim.

Encontrei nas palavras da jornalista (e amiga) Barbara Baldaia aquilo que quero deixar registado. Aqui fica:

“É certo que a situação é gravíssima, que todos os cuidados são poucos, que as autoridades já deram a entender que vai ser pior do que esperávamos, mas por favor NÃO CEDAMOS AO MEDO.

O medo paralisa-nos e com ele deixamos de viver enquanto ainda estamos vivos.

Vamos todos morrer. Se não for deste coronavírus é de outra coisa qualquer. Ou dum cancro, ou de velhice, ou dum acidente de carro ou a atravessar a rua. Por isso é importante que em vez de ficarmos tomados pelo medo, procuremos olhar os lados positivos desta situação.

O coronavírus está a obrigar-nos a todos a abrandar. Vivemos numa sociedade de consumo desenfreado, que se movimenta a uma velocidade estonteante, em stress contínuo, com tarefas sobrepondo-se a tarefas, em que nos falta até tempo para respirar.

De repente, o bicho mandou-nos mudar de vida. A maioria do país estará já a trabalhar a partir de casa. Tentemos fazer com que isso não seja sufocante.

Aproveitemos o facto de termos mais tempo em família, com o cão e com o gato. Aproveitemos para limpar a casa e mantê-la arejada. Está sol, agradeçamos o facto de vivermos num país com sol.

Aproveitemos para destralhar e livrarmo-nos de coisas que acumulamos e já não servem para nada. Falemos com os nossos familiares e amigos, aproveitando o facto de vivermos online.

Muitos de nós vamos adoecer. Não entremos em pânico. Cumpramos as normas de segurança e façamos os possíveis por não contaminar mais ninguém.

Quando nascemos ninguém nos avisa de que vamos morrer e, desculpem lá, mas essa é a beleza da vida. Pensemos nisso para combater a ansiedade.
O tabu que a nossa sociedade cria relativamente ao tema da morte deixa-nos extremamente perturbados com estes assuntos.

Achamo-nos imortais, mas não somos. E de repente há um acontecimento à escala global que nos vem lembrar isso duma forma avassaladora.

Estamos a viver um momento que vai ficar nos livros da História Mundial. Os países estão a parar. Estão a obrigar-nos a rever todas as nossas regras económicas, sociais e até emocionais. Onde é que alguma vez imaginámos isto?

O momento é péssimo, é certo, mas orgulhemo-nos desta experiência, no sentido em que podemos fazer o que está ao nosso alcance para definir o desenvolvimento desta história que nos parece de ficção científica.

As recomendações já são conhecidas. Um metro de distância, nada de abraços ou beijos ou cumprimentos, lavar as mãos até gastar a pele, desinfectar computadores, telemóveis, maçanetas, corrimões, sair à rua apenas para o necessário, evitar tocar na cara, evitar locais com gente.

Tudo tão estranho, não é? O exercício que tenho tentado fazer é o de ver isto com a inocência de uma criança. Parece um jogo. Parece um filme. Parece uma brincadeira. Parece uma distopia. E só agora começou.

Que nos consigamos rir e cantar e meditar e relaxar e serenar e amarmo-nos enquanto comunidade.

Sejamos fortes. Mesmo que o bicho nos ataque, vamos a ele, c***!
SEM MEDO! NÃO CEDAMOS AO MEDO!

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