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Mulheres que também são mães. 6 dicas para não nos perdermos entre os papéis

No outro dia escrevia (leiam aqui) se era possível as mulheres voltarem a ser quem eram, antes de serem mães. Hoje temos a sexóloga Marta Xavier Cutim a falar sobre o mesmo tema, sobre as dificuldades e exigências impostas e sobre como é fundamental respeitar os nossos ritmos e identidades. 

Mulheres que também são mães. Ser mãe é o trabalho mais exigente que existe. Não se pode ser mãe das 09h00 às 18h00 e ser mulher no que resta das 24 horas diárias. Ser mãe é uma tarefa que exige uma total atenção e dedicação.

Além do trabalho (remunerado) que a mulher tem, esta conjuga também as tarefas domésticas, os filhos e ela própria.

A sociedade ainda é muito dura e exigente com as mães, sendo vistas como responsáveis por tudo e não lhes sendo permitido falhar nem um milímetro.

No meio destas tarefas todas, à mulher ainda lhe é exigido que esteja bonita, bem disposta e sorridente. Ora, não é isso que nós queremos exigir às nossas supermulheres. Queremos, antes de mais, que se lembrem que também existem enquanto mulheres!

Costuma-se dizer na terapia de casal que 1+1=3. Queremos com isto afirmar que existem duas pessoas diferentes (1+1) e que eles próprios enquanto seres individuais formam um casal (3).

O mesmo é válido para as mães. É muito fácil a mulher fundir-se no papel de mãe e deixar de existir enquanto mulher.
Assim deixamos aqui algumas dicas para que as mães não se percam neste papel e consigam ver-se enquanto mulheres que são:

1. Reconheça as suas limitações e peça ajuda.

Esta é capaz de ser a coisa mais difícil de se fazer. São poucas as pessoas que admitem as suas limitações, dúvidas e receios e pedem ajuda. Uma mãe pedir ajuda para descansar ou dormir, pode não ser bem visto pela família/sociedade. Importa salientar que nem todas as mães reagem da mesma forma à gravidez e pós-parto e, por vezes, pedir a alguém que fique com o bebé enquanto vai descansar pode ser o necessário para manter a sua sanidade mental. Ou, pode pedir ao pai para ficar com o bebé enquanto vai tomar um banho de imersão, ao cabeleireiro, tomar um café com as suas amigas – o que lhe fizer sentir-se bem.

2. A opinião das outras pessoas não importa assim tanto.

Toda a gente tem opiniões. Oiça e retenha o que importa. O que não lhe é útil, descarte.

3. Faça durante a maternidade o que fazia antes de ser mãe.

Queremos com isto dizer que, se antes gostava de se arranjar, maquilhar, preocupar-se com a sua imagem, não é por ser mãe e estar em casa que deve descurar estes cuidados. A vontade, muitas das vezes, pode ser nula, mas vestir uma roupa em vez de ter o pijama vestido todo o dia, pode fazer diferença.

4. Não se obrigue a entrar na roupa que tinha antes de engravidar.

Se o seu caso é como o da grande generalidade das mulheres que engorda durante a gravidez e mesmo depois de ter o bebé continua com uns quilos a mais, não se obrigue a entrar na roupa pequena. Não lhe vai fazer bem! Compre algumas peças de roupa que lhe assentem bem e a façam sentir sexy e aos poucos vá tentando perder o peso que ganhou.

5. Namorar

O bebé nasce e toda a atenção está direcionada para ele, mas é importante lembrar-se que existe outra pessoa. Aproveitem quando o bebé dorme para ver um filme, conversar, namorar. Nos dias em que ambos estão em casa, saiam para passear, almoçar fora. Basicamente, façam o que faziam antes a dois. A proximidade e intimidade são importantes para a vida do casal.

6. Relações sexuais no pós-parto.

Com o parto o corpo muda e é preciso esperar algum tempo para poderem voltar a ter relações sexuais. No entanto, importa referir que há mais relação sexual além da penetração. O contacto físico, a intimidade, a proximidade muitas das vezes são mais prazerosas do que a penetração.

Outra questão a ter em atenção diz respeito ao corpo. É verdade que pode ter ganho uns quilinhos, mas o mais certo é que este aspeto seja mais importante para si do que para o seu parceiro.

Em suma, quer seja no papel de mãe ou noutro papel, a mulher tem de se sentir bem com ela própria, tal como faz no dia-a-dia antes mesmo de ter filhos. O corpo muda, as hormonas não ajudam, as preocupações e rotinas são outras, mas não está só. Há um pai, avós, tios, amigos que podem ajudar nas alturas mais difíceis e cansativas. Não lhe é exigido que faça tudo sozinha. Acima de tudo, lembre-se que não é apenas mãe e que há uma mulher dentro de si que precisa de se sentir bem e confiante.

E agora uma elogio às mulheres que não querem ser mães.

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