Elisabete Vila Viçosa, 33 anos, criou, há dois anos, em conjunto com a filha, Guadalupe, 5, um mundo de fantasia só delas. Há vários protagonistas mas as fadas são as principais.
“Acho muito importante estimular o imaginário com a fantasia. As fadas são místicas e nunca aparecem”, conta. “A Guadalupe sempre gostou muito desse ambiente. Quando fez três anos instalei-lhe no quarto uma porta de fadas. Quando ela se porta bem, elas deixam um miminho”, acrescenta.
Assumem um papel que vai além da diversão: “Permitem criar situações que transpomos para a realidade e que vão ajudando a entender o que está certo e errado ou a responsabilidade pelo outro.”
Foram as fadas que criaram a Mini Mô
As fadas permitem criar situações que transpomos para a realidade e que vão ajudando a entender o que está certo e errado ou a responsabilidade pelo outro
Foram estas mesmas fadas que estiveram na origem do nascimento de um novo projeto: a Mini Mô. Um dia Elizabete estava com a filha a construir um jardim num vaso para as fadas, com mesas de chá, cadeiras e outros pequenos objetivos. Publicou a fotografia no Facebook e alguém quis comprar: “Percebi que havia uma oportunidade de negócio. Estudei que plantas seriam melhores (as que não precisam de tanta rega) e quais os materiais mais indicados para os objetos, para não se estragarem com a água”.
Os jardins da Mini Mô constituem pequenos mundos mágicos, onde pode haver animais, dinossauros, arco-íris, flores, coelhinhos e outros elementos que o compõem – como palitos, pompons ou fitas – conforme aquele que for o pedido do cliente. O negócio funciona via Facebook e as entregas são feitas na Grande Lisboa. Caso haja muitas encomendas para outras zonas do país, pode abrir-se a excepção.
A mudança
Isto fez-me criar um grande elo com a Guadalupe. Brincámos muito nos primeiros anos. muita brincadeira nos primeiros anos
A vida de Elisabete deu uma volta no momento em que soube que ia ser mãe: “A maternidade mudou a minha vida, não só pessoal, como profissional.”
Trabalhava na área do marketing e da comunicação, mas o gosto pelos trabalhos manuais sempre esteve presente, tanto que a sua formação base é em animação educativa e sócio-cultural. Sempre gostou da parte cultural infantil associada ao teatro, artes plásticas. E este projeto foi como um retornar às raízes.
Sobre a mudança, Elisabete considera que quando há uma ideia e vontade “vale sempre a pena”, porque, por um lado, “trabalhar por conta própria é muito mais fácil do que antes” e, por outro, o máximo que pode acontecer “é não conseguirmos”. Caso assim seja, “só é preciso voltar atrás e começarmos a partir de onde deixámos.”
“Gostava bastante do que fazia, mas deixei de fazer porque fui mãe”, conta. “Eu estava há menos de um ano a trabalhar na fórum estudante e usufruiu da licença de maternidade. Como não exerci o ano de contrato com a empresa, não renovaram e não tive direito ao subsidio de desemprego”, relata. ”
Ficou “a zeros”, quando mais precisava, mas graças à sua rede sólida, escolheu ficar em casa três anos com a filha. Entretanto, surge a Mini Mô e pode manter-se assim. E ainda bem: “Isto fez-me criar um grande elo com a Guadalupe. Brincámos muito nos primeiros anos. muita brincadeira nos primeiros anos.”
Trabalhar com a Terra
Têm de saber esperar, acalmar e mexer na Terra para verem resultados. Têm de regar de 15 em 15 dias. Têm de cuidar da planta
Elisabete plantou a primeira árvore aos dez anos e sempre valorizou a terra. Hoje, os miúdos não brincam na rua, não têm contacto com a natureza, nem conhecem o seu ritmo. Com estes vasos decorativos, não só está presente um mundo de fantasia, como uma responsabilidade: “Têm de saber esperar, acalmar e mexer na Terra para verem resultados. Têm de regar de 15 em 15 dias. Têm de cuidar da planta.”
A maior parte dos vasos são infantis. O Afonso recebeu um Mini Mô com dinossauros e um planta carnívora (não se assustem porque só come insectos). Mas atenção porque já houve pedidos para adultos e pode ser uma prenda inesquecível. O sistema para encomendar é simples: basta ir vendo a página e observar aquilo que está a ser feito. Podem comprar-se os que estão a ser desenvolvidos ou fazer encomendas específicas, onde se decide um conceito e a Elisabete faz uma proposta, com cores e temas, e depois desenvolve um cenário com uma espécie de narrativa. Guadalupe faz uma espécie de consultoria e aconselha a mãe no decorrer do processo.
Acreditem. É uma prenda perfeita.
Relembrem mais histórias de inspiração: da Phancy ou a entrevista com Meik Wiking, o autor do “O Livro do Lykke – Os Segredos das Pessoas Mais Felizes do Mundo“.
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.Ohh que giro!
Faço muitos desses vasos, alguns aqui em casa outros em casa dos clientes, trabalho com o marido na área da jardinagem, mas nunca me lembrei fazer disto um negócio mais rentável.
Boa noite,
Gostaria de pedir uma proposta sem ser através do Facebook.
Qual a forma, por favor?
Obrigada