Temos vindo a perder o medo de dizer que ser mãe de um bebé cansa. Felizmente! Porque viver na angústia de sentirmos que somos as únicas nestes momentos em que a privação de sono leva à loucura, nesta bipolaridade entre a paixão assolapada e a falta de tempo sozinhas. Como se fosse uma contradição esta vontade de estar em diligência e este amor que nos dá tudo (tudo que é tanto mas não é mesmo tudo porque somos mais que mães). Mas não falamos sobre isto de ser mãe de um adolescente.
Há uma facilidade nisto de partilhar as angústias de mães de crianças pequenas: elas não sabem ler. Podemos escrever, podemos mandar mensagens. E depois podemos apagar e guardar apenas as fotografias bonitas.
Ser mãe de um adolescente é lixado
Primeiro porque falar destas coisas é tabu. Porque falar das dificuldades é sempre visto como uma fragilidade que não queremos assumir. Segundo porque os visados dos nossos desafios sabem ler. Sabendo ler estamos limitadas naquilo que dizemos porque não queremos expor o que sentimos nem o que os nossos filhos sentem.
É lixado no geral.
Na adolescência dos nossos filhos somos espectadoras de festas de hormonas esquizofrénicas, saltitantes! E nós mulheres sabemos de que são capazes essas festas nas nossas vidas. Como nos esfrangalham o corpo e os nervos.
Eles são adultos em construção. Têm um mundo de dúvidas, certezas absolutas e angústias por gerir. E nós queremos apenas que sejam felizes e sofremos com eles.
Eles querem independência e nós gerimos isso de já não serem dependentes de nós.
E nós que os amamos perdidamente inventamos novas formas de existir depois daquela frase em que o tom foi demasiado agressivo.
É lixado. São nossos e querem ir à vida deles.
Queremos protegê-los mas queremos que sejam adultos independentes. E eu que pensava que a bipolaridade tinha ficado nas noites mal dormidas.
Agora imaginem-me, hormonal e bipolar, mãe de uma criança pequena, e mãe de um adolescente. Eu só quero ser a mãe que ele precisa nesta fase em que não precisa de mim para nada. É só quero que as minhas hormonas acalmem para poder viver com a festa de hormonas dele.
E que nenhum cansaço me faça esquecer de lhe dizer todos os dias o orgulho imenso que sinto por ser sua mãe.
É assim, ser ser mãe de um adolescente.
Cada vez mais sinto que não há preparação para isto de ser mãe de adolescentes. Cada dia é uma coisa nova. E o que resultou numa situação provavelmente não irá resultar com outra, mesmo que esta seja igual. É fazer figas e esperar que tudo corra sempre bem 🙂
Pingback: noites sem dormir é para meninos! esperem pela adolescência - Baby Blogs Portugal
“noites sem dormir é para meninos! esperem pela adolescência” 100% TRUE!!!
Penso nisso todos os dias !! E o que eu digo é duro, muito duro! Nada me preparou para isso ! A minha adolescencia não me preparou para isso… mas estou cá! Não há volta a dar. É todos os dias dar o meu melhor, aprender muito e esperar que lá no fim tudo de certo!!!
Mãe de 2 adolescente e de uma a inicia apre-adolescencia.
Concordo com tudo o que disse é 100% real…
Como eu compreendo Catarina. Isto de que os bebés dão trabalho e tal … é mesmo “para meninos”. Agora que tenho o meu mais velho com quase 13 é que entendo o que é ter “trabalho” com os filhos.
“Boa sorte” por esses lados que eu também tento “a minha” todos os dias! 😉
Beijinho grande
Completamente de acordo!!! Tal como a Patrícia, também a minha adolescência não me preparou para isso! Ui!
Estas tão gira nesta foto! Esta é que devia ser a fotografia da campanha para as autarquicas…eras logo eleita. O PC devia ter alguma agência de comunicação a trabalhar estes assuntos!
😉
Pingback: presentes para um adolescente: do que é que eles gostam?
13? Esperem pelos 16. E esperem para terem um com 16/17 e outro(a) aí com 14. Aí sim vão ver como é bom. Mas passa. E quando eles chegarem aos 20’s, vão ter saudades. Não se iludam, isto dos filhos é para a vida. Como eu já disse, acho que por aqui, é que a única vantagem em relação aos mais pequenos é que podemos pensar nas chatices e nos problemas sentadinhas no sofá…
Pingback: Montanha Russa: a adolescência num palco do teatro
Pingback: Filhos adolescentes. Porque ficam alérgicos aos pais?