Há mais de um ano prometi ao meu filho grande uma viagem a uma capital europeia. Dada a situação de crise, a cidade deveria ter voos low cost mesmo baratinhos e alojamento gratuito (ou seja, amigos a viverem por lá), o que encurtou a nossa lista para apenas duas hipóteses.
Em agosto, encontrámos viagens de ida e volta para Londres a menos de 100 euros em datas que coincidiam com férias escolares. Quase 200 euros gastos e tinha viagem para três (adulto, criança e miniatura) marcada.
Eu confesso que na semana anterior à viagem desejei várias vezes nunca me ter metido em tal aventura.
Primeiro desafio: arrumar a bagagem de três pessoas numa única mala, a bagagem de mão e, por isso, sem qualquer custo. Considerando fraldas, roupa quente, casacos para a chuva e toda a farmácia que o meu lado de mãe-hipocondríaca me obriga a transportar, não foi fácil. Mas conseguiu-se.
Boleia para o aeroporto, comida do bebé provada (para poder passar na segurança), malas arrumadas, podemos levantar voo. E enquanto a antipática hospedeira dava as instruções de segurança percebo que transporto no colo uma fralda muito suja. Em gestos automáticos e rápidos mudo a fralda em poucos segundos. E em poucos segundos também levo a descompostura da minha vida. O senhor sentado ao nosso lado ficou impressionado. Questão ultrapassada e uma fralda mal cheirosa escondida na mala seguimos viagem.
Mudar fraldas proporcionou-me, aliás, as maiores aventuras desta viagem. Se uma pessoas não vai consumir nada num café ou noutro estabelecimento, se está um frio desgraçado para mudar fraldas no meio da rua (apesar de ter sido esta alternativa a mais utilizada com a ajuda preciosa do meu filho grande), mudam-se fraldas onde?
Ficar em casa de um amigo facilitou a logística e a poupança. No primeiro dia, comprei um saco de legumes (uma libra) e fiz sopa suficiente para o filho pequeno comer nas três noites. Muita fruta (três doses a duas libras) foi a base da alimentação do mais velho. Eu deliciei-me com caixinhas cheias de sabores do mundo compradas nas happy hours nos fabulosos mercados londrinos (caixinha: três libras).
Os transportes não são baratos mas as crianças não pagam (bilhete diário a sete libras). Os museus são gratuitos: Tate, National Galery, Natural History Museum. E ver o London Eye, o Big Ben e a London Bridge também é grátis, e os parques também.
Filho grande teve direito a comprar uma prenda em Camden Market (duas libras). E eu comi dois crepes de Nutella (seis libras).
Contas feitas (viagens e boleia de regresso a casa incluída) gastamos 200 euros e fizemos a festa. Agora voltamos a sair lá para o Verão porque além de termos que dar descanso à carteira, eu preciso que o meu filho mais novo largue as fraldas e saiba andar bem antes de me meter noutra aventura.
És o que eu chamo uma mãe despachada! Bjs e bom regresso.
Incrível que haja quem fique impressionado com uma mudança de fralda!
Gostei mesmo deste post! Como é possível viajar, divertir-se com contenção qb!
Mãe corajosa e mãe aventureira. Mas proporcionaste aos teus filhos uma viagem inesquecível. Para quê mais, se podemos fazer uma festa com menos (claro que com as complicações acrescidas). beijinhos
Talvez não tivesse a mesma coragem…
é mesmo uma aventura e um despacho de mãe, sem dúvida!
Ainda tens é de vir dar dicas de como reduzir bagagem a uma mala de mão, que isso eu adorava saber fazer 🙂
Adorei a viagem low cost e a "despachadice" que é viajar assim com poucos custos e duas crianças atrás. Sobre a muda da fralda, a verdade é que dos outros também acho um pouco nojentinho. Fraldários em shoppings dão me vómitos! E os para os homens ainda pior, as vistas e o cheiro impressiona alguns mesmo. Mas quando tem que ser, tem que ser! 🙂
Adorei a viagem low cost e a "despachadice" que é viajar assim com poucos custos e duas crianças atrás. Sobre a muda da fralda, a verdade é que dos outros também acho um pouco nojentinho. Fraldários em shoppings dão me vómitos! E os para os homens ainda pior, as vistas e o cheiro impressiona alguns mesmo. Mas quando tem que ser, tem que ser! 🙂
Impecável, eu não era capaz! E escreves super bem, tmb devias ter um Nobel (escreves melhor q o Saramago)!
Parabéns!
Impecável, eu não era capaz! E escreves super bem, tmb devias ter um Nobel (escreves melhor q o Saramago)!
Parabéns!